Alguém da multidão respondeu-lhe: «Mestre, eu trouxe a ti o meu filho que tem um espírito mudo. Cada vez que o espírito o agride, joga-o no chão, e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente duro. Eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram» (...). Jesus repreendeu o espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai do menino e nunca mais entres nele». O espírito saiu, gritando e sacudindo violentamente o menino.
Comentário sobre o Evangelho
Hoje, festa de São Pedro Damião (1007–1072), recordamos um dos grandes reformadores da Igreja na Idade Média. Nasceu em Ravena (Itália), numa família humilde, e ficou órfão ainda jovem. Estudou com brilhantismo e alcançou grande fama como mestre e jurista. Movido pelo desejo de uma vida mais pura e mais próxima de Deus, deixou o mundo e retirou-se para o mosteiro de Fonte Avellana, onde abraçou a austeridade e a oração.
Promoveu uma vida monástica rigorosa, baseada na penitência, no silêncio e na leitura das Sagradas Escrituras. Foi também um teólogo profundo, apaixonado pela Cruz de Cristo. Em pouco tempo tornou-se conselheiro de papas e bispos, ajudando com firmeza e humildade na reforma do clero e na luta contra os abusos do seu tempo. Foi nomeado cardeal e bispo de Óstia.
—São Pedro Damião ensina que toda reforma —pessoal ou eclesial— começa no coração. A verdadeira santidade nasce do silêncio interior onde Deus transforma a alma.